Entrevista Julio Cesar sobre sua carreira e Elton John Hoje
Julio Cesar faz parte de uma nova geração de intérpretes profissionais e semi-profissionais nascida e revelada nessa década.
Assim como tantos outros (e outras) revelações do meio artístico, Julio vem traçando sua longa jornada rumo ao sucesso através de uma verdadeira batalha onde cada mínimo passo, como ser aceito para uma audição teste, sem compromisso, é comemorada como uma batalha vencida.
Robson: muito obrigado por sua participação em nosso blog, Julio. Vamos falar hoje de detalhes de sua carreira e , claro, mesclar com o universo de Sir Elton John.
Recentemente, mais precisamente esse mês Elton fez duras críticas sobre programas de auditório tipo Reality shows onde novatos se apresentam e se revelam. Apesar de não ter sido o seu caso (assim suponho) poderia ter sido.
Me lembro aqui no Brasil dos antigos FESTIVAIS DA CANÇÃO onde intérpretes se lançavam para a mídia na TV RECORD e depois na REDE GLOBO, com outro nome.
Como aqui não temos o compromisso de aceitar a opinião de Elton , aqui vai a primeira pergunta: Julio nos conte o inicio de sua carreira e me diga o que acha desses programas de revelação de talentos, como Raul Gil, Idolos, etc... Elton estaria errado ou correto?
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Julio Cesar : Eu canto e sou compositor , estudei musica e realmente concordo quando mencionou essa trajetória como uma constante batalha. A minha começou logo algum tempo após meu pai falecer, foi de uma forma inesperada e eu havia apenas 18 anos. Foi como se o teto desabasse, minha mãe ficou inconsolável e afundada em responsabilidades e problemas emocionais .Eu cursava Artes Cênicas em uma universidade estadual e geografia em uma federal e realmente estava em dúvida com o meu futuro. Cerca de quase dois anos após o ocorrido, as "feridas" estavam um pouco mais cicatrizadas , minha mãe um pouco mais forte e iniciando um novo relacionamento , fez eu me sentir preparado pra tomar a atitude necessária caso eu quisesse criar a minha autonomia e seguir um rumo de fato. Ao sair de casa aos 19 anos, eu abri mão do meu conforto a qual a "redoma" me proporcionava para correr atrás de oportunidades no meio artístico no Rio de Janeiro. Como todo adolescente impulsivo, fui sem conhecer pessoas, com apenas algumas roupas na mochila e dinheiro suficiente para me manter algum período , além de muitas "fantasias" de garoto na cabeça.
Morei em vaga no bairro copacabana , conheci pessoas com uma realidade de vida diferente da minha, e por isso talvez eu me sentia tão atraído e fascinado por minha brusca e contraditória atitude, mas que acabou me trazendo bons frutos e por isso sou Grato. Comecei a cantar nos quiosques de Copacabana, indo de mesa em mesa(sem aparelhagem , apenas voz e violão desplugado) e em troca de colaborações. No inicio eram praticamente esmolas não vou negar , mas depois as coisas ficaram um pouco mais atrativas e comecei a perceber de fato que havia a possibilidade de me manter nesse meio fazendo o que gosto e da minha forma , apesar de que retorno financeiro ainda era muito incerto e as dificuldades só estavam por começar .
Depois de algum tempo eu conheci alguns músicos, fui chamado para as tradicionais festas rodeadas de gente famosa e suas "moscas de padaria" (como lá são chamados todos aqueles que vivem em volta de celebridades) , enquanto eu era apenas alguém aspirando conquistar o meu espaço apenas com uma mochila abarrotada de ideais...
Fiz grandes amizades , pude contar com a solidariedade de muitos e aos poucos fui criando minhas raízes. Evidentemente logo surgiu a necessidade de São Paulo a qual foi minha grande escola principalmente no que diz respeito a teoria, desde os excelentes cursos, e tudo o que essa grandiosa e estruturada cidade pode nos oferecer.
Julio Cesar: Quanto aos festivais , gostei de ter lembrado, pois tinham uma ótima ideologia e revelavam novos compositores como no caso do globo de ouro, e que hoje não encontramos mais na tv , embora Alguns digam que a qualidade dos Juris era bastante duvidosa , mas sobre isso realmente eu não sei ...
Robson: Nos fale um pouco sobre os comentários do Sir Elton Jonh a respeito dos Reality Shows .
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http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/70460
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Elton John: "O vídeo matou a música. Os reality shows mataram o talento" |
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Músico de 63 anos diz que a pop britânica é a pior, muito por culpa de projetos como Girls Aloud, Cheryl Cole ou mesmo Take That e Westlife. |
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Elton John culpou programas televisivos de novos talentos, como X Factor, pelo fim dos músicos talentosos: "O vídeo matou a música. Os reality shows mataram o talento. Será que algum dos cantores do X Factor conseguem aguentar-se?".
Em entrevista à revista de música The Word, o músico disse também que considera a música pop britânica, no geral, a pior, culpando projetos como Girls Aloud, Saturdays ou Take That. "Francamente, soam todos ao mesmo", disse.
"É difícil distinguir as Girls Aloud das Saturdays. E depois há a Cheryl Cole... É tudo uma porcaria. A pop britânica desse estilo é a pior, é simplesmente horrível. Podia ser feita por qualquer pessoa. Todas as pessoas que fazem playback deviam ser mortas. Só as drag queen têm permissão para fazer playback", começou por dizer o músico britânico.
E continuou: "Bandas que se esquecem da voz - desapareçam! Quero matá-las. Vão lá ver os Take That ou os Westlife e digam-me quanto daquilo é cantado ao vivo. Sei que, pelo menos, o Gary Barlow sabe cantar - isso resolve esse. Penso que eles conseguem genuinamente cantar as coisas deles, mas 99% das outras coisas não conseguem cantar uma nota".
Sobre o tipo de música que gosta, Elton John disse: "Os álbuns de que gosto têm tudo a ver com os músicos. Quando colocas uma série de músicos numa sala juntos, há alma, há magia. Isso não acontece agora".
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Julio Cesar :Quanto a opinião do Sir Elton Jonh , teve um enorme fundo de verdade, eu diria que o comentário não foi "tão certo" e nem tão errado, mas sendo verdadeiramente franco e não bancando o "político" (com os que apóiam esse tipo de programação), eu diria que ele esta mais para certo, e apenas apresentaram essa afirmação ao mundo de uma forma exagerada para gerar comentários , tática corriqueira que se aprende em Marketing ou jornalismo.
Robson: Então nos diga o que você julga como a real mensagem que ele tentou transmitir para o público na sua opinião.
Julio Cesar: Eu imagino que o problema não seja o formato do programa onde novatos se revelam, mas acho que o problema é a pseudo fama repentina e aí esta o ponto onde o Elton quis chegar, o problema é a fama repentina ou eu diria uma quase fama, o que é péssimo para pessoas em qualquer estágio da vida, principalmente no mercado mundial onde o assédio é muito grande e exige do artista uma estrutura emocional muito forte tanto para o "sucesso" quanto para o "esquecimento"...
Robson: Essa situação é valida só para o exterior onde o mercado e o assédio é muito maior ou é válido para o nosso território também ?
Julio Cesar : Creio que no Brasil a situação chega a ser pior pois além do problema da "pseudo fama" e "surgimento" "repentino" de novos artistas, eles impõem limite de idade na maioria dessas programações, o que gera uma disputa desleal e inresponsável por reconhecimento imediato enquanto se é "muito jovem", e isso cria uma certa amargura em todos aqueles que não estão mais em possibilidade de se enquadrar no perfil de idade que eles querem. E se fama relâmpago já é ruim para adultos formados quem dirá para crianças e jovens convencionais com menos de 25 anos ? eu me pergunto quais as consequências no futuro ...
Robson: Então podemos dizer que Elton John se assustaria ainda mais se visse como as coisas são feitas por aqui ?
Julio Cesar : Acho que se Sir Elton presenciasse isso que nos vemos aqui ele cairia duro no chão, pois desde quando a arte tem preconceitos?, tem rótulos? ou idade ?. Muitas mães se "descabelam" , choram e muitas se submetem a qualquer preço para ver os seus filhos na TV o quanto antes, sejam eles crianças ou jovens sem uma mentalidade formada. Obviamente, não sejamos hipócritas pois a mídia e as mães enchem seus filhos de fantasias e ilusões, e destroem a vida de muitos jovens que não possuem uma formação ainda, elas jogam suas "crias" na boca dos "leões"...
Robson : Podemos então concluir que o problema não é a revelação de jovens talentos, mas da forma como isso é feito?
Julio Cesar: Revelar jovens talentos é importante , e mais ainda é dar apoio e estrutura , desde que o trabalho seja sério, sem nepotismos e sem as regalias dadas aos que recebem o famoso "QI" ou "empurraosinho" vulgarmente falando. Aqui é muito comum você ver em certos programas aqueles jogos sensacionalistas, onde é fato que "eles" enaltecem os indicados oriundos das relações pessoais dos produtores e patrocinares, despretigiando o que 'ELES" chamam de apenas as molduras ou desconhecidos que caem de cabeça nesses "projetos" para apenas "encher lingüiça" e fazer volume. Acho que isso acontece no mundo inteiro não só no Brasil e então eu acredito que o problema seja a forma como isso se desenvolve, pois não preparam os artistas para a realidade e aqui tem a questão da idade o que só piora...
Robson: Eu concordo em parte com uma outra observação de Elton, que seria a Internet que impede a revelação de novos talentos, pois os produtores não querem gastar uma nota firme para lançar um astro e perder tudo em mp3 compartilhados gratuitamente. Elton na década de 80 dirigiu um movimento de reivindicação de direitos sobre a venda de fitas cassetes virgens, que fariam o trabalho das mp3 de hoje. Não foi por isso que o mundo parou naquela época e não é pelas mp3 que vai parar. Você acha que o mercado hoje não só da música mas como o das artes em geral está estagnado ou é falta de criatividade? ou nada disso? Qual são os fatores que você julga serem mais difíceis para você se lançar em carreira e gravar seu cd?
Julio Cesar: Falar em Mp3 e não falar de pirataria é impossível...
Robson: Então você julga o surgimento da mp3 como algo negativo ?
Julio Cesar : A Mp3 ela é uma realidade , faz parte da modernização e sou particularmente muito grato ao sistema digital pois me possibilita a produção de minhas faixas com muita praticidade e não acho tão preocupante já que o dinheiro se ganha em shows.A internet ajuda e muito na divulgação pois você não precisa pagar jabá embora eu já tenha percebido que sites como Youtube estão cobrando para colocar vídeos de usuários em destaque.
Robson: E o mercado na sua visão , estagnado ou falta de criatividade ?
Julio Cesar : Reconheço que a criatividade nos dias de hoje é algo complicado e o novo sempre vem, por isso se adaptar a modernização é necessário, "nos ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais" por insistir muitas vezes que o novo é sempre ruim e que o belo é sempre o antigo, isso parece uma inerência a nossa espécie e existe esse lado, mas realmente o mercado esta estagnado também e a falta de criatividade só piora, e creio ser as duas coisas que você citou, mas eu não culpo a Mp3 por isso e nem mesmo a pirataria...
Robson: Então você não concorda com a opinião do Sir Elton John?
Julio Cesar: Levando em consideração o mercado internacional eu concordo com ele sim, e creio que não tenha sido positivo essa onda de mp3 pois o mercado "mundial" é forte e as gravadoras estavam acostumadas a lucrar bilhões com vendas de álbuns. E por lá a coisa é um pouco mais séria, é válido lembrar que existem empresários e produtores que enxergam o artista como uma profissional, e a arte é tratada com mais responsabilidade, e por isso mais uma vez eu acabo concordando com o Sir Elton John se levando em consideração o mercado estrangeiro.
Robson: Você esta dizendo que no Brasil o artista é menos valorizado ?
Julio Cesar : Sim , eu julgo diferente nosso tratamento, pois nunca tivemos uma quantidade de produtores em números ideais e consequentemente nunca atenderam a demanda (poucas audições e muito abaixo da média de outros países).Por isso em relação a Brasil na questão musical a mp3 e o avanço tecnológico só nos fez comemorar nesse sentido, pois também libertou os artistas das amarras que as gravadoras impunham no passado, onde era preciso fazer parte de um determinado Eixo , puxar saco das pessoas certas e dizer amém pra tudo e para todos, caso contrário seu talento era deixado de lado e o seu disco não acontecia e você não tinha outra alternativa. Conheço vários artistas que me relataram o sofrimento vivido no passado pelas imposições das gravadoras da época.
Robson: Então você concorda que na hora de lançar um álbum , a dificuldade e a falta de conseguir produtores tornam a situação ainda pior?
Julio Cesar : Sim , mas isso antecede a Mp3 , e não vou negar que atualmente eu cheguei a estar em contato com dois produtores nacionais muito conhecidos que abriram o jogo comigo de forma clara, e eles me falaram que dariam a produção do albúm desde que eu conseguisse um empresário, e me orientaram a busca-lo nas minhas relações pessoais (Amigos , Parentes, E etc), por estarem com dificuldades em conseguir patrocínio devido a pirataria. Ainda sim eu acredito que a parcela de culpa da MP3 e da pirataria por toda essa situação no mercado ainda é pequena.
Robson : Você julga pequena , mas isso não lhe prejudicou ?
Julio Cesar: Se Isso me prejudicou ?, sim talvez por um lado e também não só a mim, mas eu sou um idealista apesar de tudo , e se engane quem pensar que por isso eu tenho rancor ou amargura por essa realidade, pois para ser franco muita gente ruim caiu com a queda da antiga política das gravadoras e o surgimento da MP3, e isso me agrada profundamente, pois nossa cultura precisava disso. Lembro-me da época que tínhamos pseudo cantores que decoravam as musicas em frases ou até pagavam outro cantor desconhecido e de voz semelhante para cantar em seu lugar no estúdio(Sei que muitos(as) fizeram isso), e lucravam milhões com vendas de Álbuns sem nem ao menos fazer Shows ou cantar ao vivo. Isso ainda acontece , mas em números muito menores.
Robson: Então você acredita que a cultura musical no geral tem a agradecer a Mp3 principalmente no Brasil?
Julio Cesar : No Brasil , pelas questões citadas , a música só teve o que agradecer. Antes era mais comum você ligar a TV e presenciar as velhas "baixarias" onde grupos dançavam coisas do gênero da "boquinha da garrafa", e quase que semanalmente lançavam algum produto desse escalão . Quem financiava isso na maioria dos casos eram as próprias gravadoras com a colaboração de gente do meio de comunicação que eram apenas interessados em ganhar grana as custas de ignorância. As gravadoras antigamente tinham dinheiro de sobra e não aproveitavam de forma responsável, e muitas investiam pesado em qualquer lixo que eles queriam fazer acontecer.
Robson : Você então se considera um defensor da Mp3 e acredita que esse fator é uma ajuda na sua trajetória profissional ?
Julio Cesar: Não é questão de ser um defensor , mas acho até que a "males que vem para bem", continuo seguindo meu caminho de uma forma mais independente até o momento , assim como muitos bons artistas e a internet esta ajudando a mostrar que no Brasil existem pessoas de bom gosto e que são consumidoras de boa música, o que vem forçando as gravadoras a mudarem suas "posturas" e já percebo mudanças nas suas políticas, e hoje até as enxergo com mais simpatia.
Robson: O que você acredita que ainda esta dificultando certos aspectos no seu percurso?
Julio Cesar: Alguns males já foram banidos no Brasil , por outro lado ainda falta um grande mal a ser combatido, pois a velha política das gravadoras representavam apenas uma parte dos problemas, e hoje continuamos a encontrar os falsos artistas com material vulgar e espalhando conceitos ruins, junto as suas vozes medíocres, pulando e gritando suas frases de efeito e fazendo de tudo menos cantar (em menos quantidade que na década de 90 , mas ainda existem). Quem muitas vezes financiam a música ruim vai desde o "papai que bancou', ou as velhas permutas duvidosas em um universo em que ainda é muito comum você ver aquele artista que vulgarmente falando foi para a cama com algum milionário(a) ocioso(a) e caiu nas graças dele(a), ou até mesmo "artistas" que se envolvem com chefes de negócios ilegais, gente metida com falcatruas, dinheiro de verba pública , dinheiro ilegal de empresas. Existem diversos caminhos ruins para o pessoal que deseja ascensão imediata e até para os que já estão se manterem, e isso acontece no mundo todo não é só no Brasil evidentemente, mas de fato existem sim pessoas no meio artístico se beneficiando de operações irregulares , e se no Brasil a policia federal é realmente séria, em muito breve essas pragas serão exterminadas , e eu sou otimista quanto a isso, e com certeza o mercado musical junto a nossa cultura estarão a salvos.
Robson: Nosso companheiro Rogério Martins , Cover de Elton, se apresentou no Raul Gil, como é a equipe lá? Todo mundo quer saber o que ocorre nos bastidores para um mortal conquistar a façanha de estar alguns minutos na tela da tv, Julio nos revele essa novela...
www.eltonjohncover.com.br
Julio Cesar: Rsss , só que essa é uma novela necessária. Já ouvi falar do Rogério e vou prestar atenção no seu trabalho, pois eu gosto de aprender. Quanto ao "drama novelesco", novela mexicana diga-se de passagem, eu costumo dizer que tudo aquilo que não nos mata nos faz mais fortes (rss , Brincadeira). Fiz a inscrição devido a um amigo do Rio que insistiu muito, pois eu nunca havia prestado atenção no programa e não costumo assistir TV , apesar de que certa vez o programa já me chamou a atenção pelo alto nível dos candidatos, e quando menos esperava me chamaram para participar...
Robson: Podemos considerar uma façanha ? :
Julio Cesar: Façanha ? realmente é pois o candidato é escolhido entre milhares de inscrições e mais ainda é conseguir tirar algum proveito dessa oportunidade.
Baixe o calendário 2011 de Elton John em:
http://www.flickr.com/photos/14584598@N08/with/5090382242/
Robson: E os bastidores?
Julio Cesar: Os bastidores é exaustivo tanto quanto uma rotina profissional pesada, você chega por volta das 6:00 e saí por volta das 22:00 ( Há um transporte para o centro). O estúdio é "congelado"(por volta de 10 graus), você não recebe nenhum tipo de acessória e nem mesmo direção, (pelo menos eu não recebi , não posso afirmar com tanta certeza que é assim com todos). Tem seu lado de agonia pois nada pode dar errado , não há segunda chance para os candidatos e eles são justos. Tudo é 100% ao vivo e a banda realmente é muito boa , nada é pré gravado e pelo menos no meu vídeo não ouvi edição na voz nem retoques digitais na imagem .
Robson: Pode-se dizer que é tenso ?
Julio Cesar : É tenso pois não estão todos na mesma categoria, você compete com pessoas que já participaram outras vezes do programa e que já conhecem o meio, desde o palco e todo o funcionamento e isso aumenta a insegurança de um novato .
Robson: E a equipe ?
Julio Cesar : A equipe é muito boa , e não sou suspeito pra falar pois já fiz participações em outra grande emissora (na parte de elenco).Posso garantir que eles trabalham bem , são educados principalmente as passadeiras, as secretárias , os câmeras e as pessoas que fazem o "Show" estar de pé. Como em qualquer empresa, quem tem um pouco de sensibilidade percebe onde se pode pisar, e onde o chão é duvidoso , e as pessoas do bem e do mal estão em todos os lugares.
Robson: Quais fatores você julga importante para um "mortal" que recebe uma oportunidade em programas desse formato? ...
Julio Cesar: Minha trajetória de vida e beirando aos 25 anos me possibilitam que eu me defenda dos "vampiros" muito comuns em todas as áreas onde envolve-se vaidade e "pseudo glamour". Certas programações são muito boas para pessoas como no meu caso que já possuem uma trajetória e um público adquirido,e é realmente ótimo para somar e não para formar (essa é a diferença). Isso faz com que esses minutos ainda tão disputados em TV aberta nos ajudem a potencializar o que já construímos antes, por isso sou grato a oportunidade ,como também sou imensamente agradecido a tudo que já me aconteceu na vida , incluindo até mesmo as situações ruins que me fizeram enxergar o que há de fato nas entrelinhas. E realmente não se pode esperar nem depositar expectativas, confiar que a honestidade sempre prevalecerá, pois o importante é simplesmente somar. Creio que essa seja a postura ideal em qualquer ramo profissional e mais ainda nesse.
Robson: A meu entendimento é mais importante um bom empresário / produtor que propriamente um bom trabalho. Não gosto de ver Elton babando LADY GAGA, que é o clone de Madonna. O pior é ver que daqui pra frente ela vai ser, com certeza, cultuada, ou seja: a música no mundo vai... piorar... Você concorda com a opinião de Elton ? , Como você vê o mundo fonográfico hoje? Temos bons valores ou minha reclamação é apenas de uma pessoa que não consegue seguir em frente com as novas tendências musicais ( resumidamente: estou velho demais para entender a música de hoje) ? Quais seus planos para o futuro , sem necessitar mencionar detalhes;
Entrevista com Elton John nas bancas
Julio Cesar: Não acho que o Elton Jonh babe o ovo da Gaga , (rsss) , mas talvez ele tenha visto um potencial nela, (No mundo Pop que esta tão pobre). Além de uma artista que se esforça ela já fez aparições em locais sem grandes estruturas e já cantou a capela públicamente , além de fazer performances de piano em rádios, ela já demonstrou que pode dispensar mega produções. Hoje ela é um produto evidentemente, tem milhares de assessores e segue o que eles mandam fielmente com visual surrealista e sonoridade eletrônica , mas nem por isso pode-se esquecer que ela tem ouvido musical, ela toca piano o suficiente para uma cantora do Gênero que ela escolheu, e tem potência na voz, principalmente se compararmos com o "padrão" Britney Spears por exemplo que nem mesmo canta ao vivo ou muito raramente .Gaga deixa evidente que poderia não ser um "produto". e por isso tento entender as razões do Elton Jonh , embora eu acredite que possar haver também algo pessoal no seu fascínio pela Lady Gaga, já que ela e seus assessores estão conseguindo vampirizar até a maior vampira de todas"... (Brincadeira rsss )...
Julio Cesar: Quanto a referência Madonna , que dizem ser odiada por Elton Jonh, também teve suas referências no início, a própria citada extraiu diversos conceitos dos Guetos de NY e até de artistas consagrados, muitos diziam que ela era o clone da Marylin Monroe e uma completa desafinada, ela também já foi muito odiada por gerações que aclamavam grandes cantoras como Edith Piaf , e assim será enquanto esse mercado existir, onde o novo é sempre aclamado por quem não conviveu ou não conhece o "antigo", ou simplesmente não se idêntica com um determinado gênero. Acho que na época o público era mais exigente quanto ao diferencial de cada artista e ela também foi detestada por todos aqueles que a julgavam uma novata. Mas de fato ao longo das épocas ela foi ousando e sem medo de tratar assuntos polêmicos, utilizou o corpo e sua "sensualidade" como ferramenta (ou vulgaridade para alguns) . Hoje todo artista Pop que entra nessa "vibe", acaba se parecendo com Madonna e acredito que o Elton Jonh reconheça essa realidade e esteja pegando leve com a Lady Gaga por ver nela um potencial...
Robson : E em relação ao mercado fonográfico, você enxerga com bons ou mals olhos?
Julio Cesar: Sobre o mercado fonográfico , eu vou citar novamente a música "Como Nossos Pais" de Belchior : "Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém". É um fato, não é que sejamos velhos ou não , mas temos uma certa tendência a olhar o novo com mals olhos, principalmente quando temos referencias mais autenticas e oriundas de um passado ao qual julgamos positivo. A onda do momento na música mundial no gênero Pop realmente parece que é o uso da fórmula da "Síntese" ,que é a união dos elementos de vários artistas em um só. Gosto de rotular o mercado pop atual como a união de diversos elementos do passado, então pode-se concluir que "Lady Gaga" por exemplo é apenas um rótulo que representa várias marcas e um só produto. É possível que ela prove um dia ter conteúdo próprio mas acredito que outras virão com a mesma fórmula até que isso deixe de funcionar pois é assim que funciona o mercado e muitas irão falir nessa estratégia..
Robson: Quanto a empresários , você concorda que eles atualmente parecem mais importantes que o próprio trabalho?
Julio Cesar: Sim, empresário conta mais do que um bom trabalho nos dias atuais, principalmente se você deseja uma explosão momentânea ou modismos tipo essas "bandinhas" de visual extravagante ou artistas que mais pulam e gritam do que cantam para um determinado público . Mas para um trabalho duradouro é mais do que isso, envolve-se estabilidade emocional do artista principalmente, e também uma estratégia de Marketing positiva, além de um conteúdo que possa ser abrangente e duradouro com o passar dos anos , e só assim o trabalho marcará gerações como no caso do Legião Urbana no Brasil que não atingiu apenas um grupo, mas sim todas as classes e Gêneros.
Robson: Você acha que a minha opinião pode significar que eu estou "velho" para entender a música de hoje ?
Julio Cesar: Eu tenho certeza que você não esta velho e nem eu estou , o que estamos é um pouco esgotados do que chamamos de reciclagem e clichê . Eu não sou do tipo pessimista que acredita que o mercado mundial esta indo de mal a pior, pois ainda temos ótimas exceções, só fico preocupado é com a música POP atual onde os trabalhos estão cada vez menos arranjados e com harmonias pobres, e sempre com um certo predomínio e valorização da parte rítmica onde as batidas sempre sobressaem, e as melodias estão um pouco faladas. Venho percebendo isso a alguns anos que é cada vez menos necessário estudar música para um trabalho POP e isso é muito grave, pois bons profissionais estão em jogo. E vale lembrar também que o avanço digital no sentido reparação e retoques estão fazendo o mercado ficar cada vez mais robótico e artificial onde qualquer um pode cantar ao contrário das eras como a de Barbra ou Liza por exemplo , onde na minha opinião o POP estava nascendo e tinha a sonoridade do complexo e muito bem elaborado Jazz, o que exigia muito mais conhecimentos em música.
Robson: Então o mercado na sua visão não esta tão ruim , apenas em uma fase sem fôlego?
Julio Cesar: Depende muito do Gênero . Vale lembrar que estamos na nova década, muitas coisas já foram feitas no cinema e na música, de fato é difícil criar novidades eu entendo essa dificuldade do mercado fonográfico em novidades. O que eu quero dizer com tudo isso é que nada se cria e tudo se transforma, até um certo ponto eu acho saudável usar referências, mas o que é realmente condenavel e eu gostei do termo que você usou é em relação aos CLONES, e não poderia deixar de falar sobre o mercado brasileiro onde eles tentam usurpar o lugar dos nossos grandes artistas. Temos cópias de Renato Russo, do Djvan , do Tim Maia, além de várias cantoras de axé repetidas e as próprias cantoras atuais da MPB que também se repetem muito principalmente no quesito voz e comportamento, e isso vai muito além do uso da referência. Adoro usar o exemplo da audaciosa e saudosa Cássia Eller onde tantas chegam ao cúmulo de imita-la até em seus gestos corporais. Nos temos também as "bandinhas" descartáveis que se assemelham no visual e nas suas sonoridades e falam sempre das mesas coisas. Infelizmente os Clones são as pragas desse mercado , onde desde os conceitos e até as vozes se assemelham ao outro de uma forma proposital...
Robson: E seus planos para o futuro mediante a todas essas situações que você citou ?
Julio Cesar : Isso tudo pesa na hora de pensar no futuro, mas estou tranquilo e quero apenas fazer o que gosto sem criar grandes expectativas e ilusões e sem esperar retorno. Pretendo apostar em algo que ainda esta escasso , que é na nossa realidade sem exageros, pois verdades continuam chocando e minhas letras falam sobre o que é real sem enfeites ou dramas. Eu creio que na vida existe o lado positivo e negativo , sou um adepto da dualidade e pensando nesse quesito esta sendo finalizada as faixas do meu primeiro trabalho, onde uma boa parte é autobiográfica e sem exageros ou excessos de detalhes. A idéia é justamente mostrar que todas as pessoas possuem o seu lado humano e se assemelham de alguma maneira.
Robson: Máscaras ou rótulos, você pretende apostar em estratégias de Marketing?.
Julio Cesar: Muitos ainda preferem esconder suas personalidades utilizando um rótulo ou levantando bandeiras. Alguns apelam para a imagem de santo(a)e outros fazem caras de sempre felizes, tem aqueles que se esforçam para parecer mal e bancar uma certa superioridade. Sempre aparece alguém com o conto da mundana que virou espiritualista ou a santa que vira a pervertida como se todos fossem vilões e culpados por suas más escolhas, e histórias pra contar nunca faltam no mercado musical , onde a verdade quase nunca é abordada e o mundo POP insiste na dinâmica dos contos da cinderela. Deixo registrado que esse não é o meio feitio, e acredito e defendo o lado humano das pessoas , para mim a única verdade é que existem tristezas ,alegrias , emoções e decepções .E assim é o meu primeiro trabalho, cheio de altos e baixos, desejos , erros e acertos, mesmo que muitas vezes sejamos controversos, e existe espaço até para o "clichê" . Acredito no comercial e com qualidade, eu sou um idealista (rsss) e em muito breve ele estará finalizado ...
Robson: Quando eu "reclamo" da música atual me refiro também nos elementos agregados na música para fazer a mesma aparecer. Lembre que no tempo de Elton na década de 70 ele mesmo foi o alvo pois inovou nesse sentido: Não era mais apenas tocar seu instrumento e agradar o público... Acredito que foi Elton um revolucionário nesse sentido: Ele começou a inserir elementos não convencionais no palco: números de sapateado, figurinos, adereços, cenários de palco carnavalescos... Hoje , depois que Michael Jackson e Madonna que começaram a dançar em clips é necessário para ser um cantor ou cantora acrescentar elementos de dança, ter um corpão (Beyoncé, Shakira, Lady Gaga) , ser ator em seus clips, ter uma panarfenália de elementos visuais... (Se Deus ver 2 horas de um programa de clips hoje de manhã vai acabar com o mundo de tarde, feito Sodoma e Gomorra, pelo excesso de situações de sexo implícito neles). A ingenuidade de canções da década de 70 como CAPTAIN AND TENILLE com "Let Get is lla Together" e The Carpenters com "Mr. Postman" é ridiculo hoje.
Me diga, Julio: você está se preparando com esses tipos de elementos para se lançar no mercado? como é seu laboratório para o sucesso?
Julio Cesar: Ótima pergunta. Venho de origem católica e ainda carrego traços do catolicismo , mas hoje não sou mais praticante justamente pelo excesso de falso moralismo , e nem de longe sou a favor de promiscuidade e da banalização do Sexo. Achei ótimo quando o Elton Jonh condenou aquela atitude impensada de George Michael em ter relações em banheiro público. Também não sou do tipo que acha que é preciso amor para uma boa relação sexual ,e acho até necessário aprender a diferenciar as coisas se não quiser quebrar a cara. Então não vejo problemas em abordar o sexo em clipes, mas concordo que a forma como isso é tratado é de uma maneira negativa.
Robson: Fale sobre a situação nos clipes atuais e a sua impressão ...
Julio Cesar: Quanto aos clipes ,e essa situação de hoje que se vê , o maior problema na minha opinião é a forma como a mulher é tratada nas batidas dos "Timbalands da vida" e de tantos outros inclusive aqui na nossa música. Eu sou otimista , até venho percebendo uma melhora no conteúdo dos clipes em relação a meados da ultima década onde um certo gênero se tornou ainda mais popular e uma referência. Eu acho que conseguiram banalizar o sexo de uma forma em que as pessoas assim como eu , estão colhendo os frutos dessa libertinagem toda e o vazio esta habitando muitos corações. Eu acho que sexo é importante, desde que com proteção e você realmente sinta algo pela pessoa, e não importa se você a conheceu no primeiro dia e teve uma relação , e nem importa se é realmente amor , vale tesão ou simpatia, acho que o importante é você querer e sentir algo pelo parceiro(a), e não fazer simplesmente devido a sociedade dizer que o sexo é necessário para provar suas capacidades e testar o seu poder de conquista simplesmente para gerar uma "aceitação" em seu meio. Percebo que isso vem ocasionando o chamado sexo robótico , e acho sim que alguns gêneros musicais e clipes influenciaram tudo isso de uma forma terrível, e a indústria de ante-depressivos irá lucrar bilhões nos próximos anos , é uma péssima previsão.
Robson: Ao que parece, você acredita que o cenário musical joga responsabilidades excessivas para as mulheres , como as citadas que precisam exibir seus exuberantes corpos constantemente como se fossem apenas uma carne sem raciocínio, é isso ?
Julio Cesar: Sim , é exatamente isso , acho que o mercado fez algumas cantoras deturparem sensualidade com vulgaridade e muitas delas não são as culpadas e sim as vítimas de determinados gêneros machistas. No pop Liza Minelli e tantas outras sempre cantaram e dançaram em suas performances usando a sensualidade junto a ritmos como o Jazz ( O filme Cabaret é um ótimo exemplo e também outras performances). Não eram os chamados clipes inventados pelo grupo ABBA , mas era em forma de filmes e outras maneiras de documentar esse tipo de material. Não acho que Madonna e Michael Jackson foram os pioneiros a utilizar o corpo e as danças em suas performances , mas creio que após a década de 80 é que a sensualidade começou a ser confundida com vulgaridade e pornografia gratuita e o uso da dança se tornou ainda mais comum e foram as mulheres que mais seguraram essa bomba. Lembro-me daquela "pegadinha" no seu órgão genital que Michael sempre fazia e que virou moda , e também as inúmeras poses eróticas de Madonna. É valido lembrar que eles tinham um propósito com esses gestos, e que após a década de 90 outros artistas começaram a tornar predominante os atos em si , e cada vez menos priorizaram os ideais que aquilo deveria representar.
Robson: Mas e a exigência cada vez mais excessiva para que os cantores também dancem , atuem nos seus clipes e com toda uma "parafernália" de efeitos visuais, você se identifica?
Julio Cesar: Elton Jonh é um excelente artista e músico, como você citou ele domina o Sapateado que é uma forma de dança. Em nenhum lugar esta escrito que dança é sinônimo de vulgaridade como uma parcela do mercado insiste em fazer parecer, e se for um desejo pessoal dançar no palco será algo muito bem vindo. Atuar é uma realidade também da maioria dos cantores pois para alguns é muito importante interpretar a canção. Artista de palco geralmente interpreta , mas tem o cantor que só canta e que é muito raro encontra-lo nos palcos . Falar em atuação é complicado pois você pode saber representar uma situação sendo você mesmo(é o caso dos atores que são sempre eles mesmos e choram fazendo qualquer um acreditar que aquilo é verdade) ,e tem aquele que atua e consegue incorporar um determinado personagem que não faz parte dele e muitas vezes não consegue ser convincente na representação (chora e parece fingimento). De fato é um outro setor e não se pode exigir que um cantor seja um ator , e eu condeno essa obrigação que o mercado impõe, mas nos clipes de fato acaba sobrando para o artista fazer a função de atuar .Quanto a esse formato acho bem vindo desde que não sendo uma imposição .Quem se sente preparado para fazer as três coisas , eu penso que deve ir em frente. Quanto a elementos visuais, o uso excessivo só prejudica o próprio artista , pois isso muitas vezes tira o foco que deveria ser a qualidade do trabalho e sua ideologia.
Robson: Mas e a ingenuidade como nas músicas que citei , não dispensam todas essas parafernálias e exigências?
Julio Cesar: Mas com certeza. A ingenuidade faz parte da nossa natureza e ela é o nosso estágio original, acho uma pena poucos artistas valorizarem isso e se pararmos pra pensar é algo tão simples e que justamente não faz necessário qualquer tipo de super produção, e sem deixar de lado um bom resultado comercial. Eu adoro aquela música do Alphaville que se chama Forever Young ,assim como eu amo a música Can´t you Feel this Love Tonight ou Daniel do Elton justamente por conter esse elemento tão magnífico .
Robson: E quanto ao estilo que Elton Jonh introduziu , como as características que eu citei, como você interpreta esse histórico de uma forma ideológica?
Julio Cesar: Eu acho que para um homem introduzir esses elementos citados em épocas mais conservadoras só fazem provar a raça a valentia desse artista pois pode-se imaginar as dificuldades no início .Muito mais do que figurinos ou cenários isso tudo representou a liberdade de expressão para ambos os sexos , pois o medo de tornar público seus desejos ou as suas formas de representar a sua arte ainda existem e principalmente no universo masculino onde se atribui certas funções apenas paras a mulheres e se olha de forma estranha todo homem que tenta mostrar que o contrário também pode .E na música eu realmente acho que vale o que for de direito para mostrar o seu diferencial e com certeza Elton John é além de um grande artista, uma pessoa que fez muitos reverem seus conceitos e ele mostrou que isso é possível .
Robson: Mas nos contes sobre sua oficina , afinal você citou varias questões de mercado que ainda precisam ser tratadas e como você pretende vencer tudo isso?
Julio Cesar: Em relação a futuro , tudo o que já foi citado realmente pesa , mas estou tranqüilo e quero apenas fazer o que gosto sem criar expectativas ruins e ilusões.Quem está no meio vive suas dicifuldades assim como quem não esta, então pode-se dizer que dificuldade é inerente ao artista e o importante é se fazer o que gosta. Quanto a mercado é uma pergunta delicada, e mais díficil que entrar nele é manter-se. Sou Feliz de pertencer a um Gênero que me permite fazer o que gosto e da forma como eu quizer,além de ganhar dinheiro , falar o que eu penso, sem amarras ou restrições. Artista é um produto e reconheço a necessidade de se adequar ao Marketing pois é a realidade mundial, mas acredito que existem maneiras honestas e não sujas de pertencer a essa realidade. Eu acredito em ideais , acredito em boa politica, e acredito no talento quando não se expera que isso lhe tratá felicidade ou liberdade .Eu acredito nos grandes artistas e nos caminhos que eles percorreram e nos mostraram possiveis . Eu acredito em Elton Jonh, acredito em Michael Jackson, em Elis Regina, Renato Russo , Djavan, eu acredito em Cazuza , Paul Macartney ,Jonh Lennon , Bob Marley, pois pra mim eles são "Rock" e sempre manifestaram suas idéias e suas vontades, defendendo a qualidade musical e suas ideologias. É assim que eu pretendo vencer meus desafios ao longo de minha vida, sempre acreditando no respeito e com ideais. Eu não me importo com rótulos quanto ao meu trabalho pois estou muito seguro do que eu quero mas também não exitarei em rever conceitos caso eu ache necessário , pois eu acredito que tudo faz parte de nossa evolução desde que se tenha coerencia e principios. Não é simples, mas é tudo que eu posso ter e é dessa forma que me sintirei realizado.
Robson: Muito obrigado pela entrevisa e nos envie sempre suas atualizações
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